Que o amor é inexplicável, todos em idade adulta já desconfiam. Mas para tentar compreender um bocadinho esse sentimento deveras arrebatador e indecifrável, recorro a alguns filósofos, pessoas que nasceram para pensar a respeito das coisas difíceis da nossa vida.
Pesquisando, descobri que existe um livro chamado “O amor segundo os filósofos”, do professor Maurizio Schoepflin. Pois é, o livro aborda a visão de nada mais na menos do que 19 filósofos sobre o que é o amor. Confira a de alguns e responda: para você, qual definição faz mais sentido?
Na concepção do filósofo Ateniense Platão (o amor ao bem e à beleza) o amor liberta o ser humano e o leva à verdade. Assim, o amor platônico lança uma ponte entre o universo sensível e o universo puramente inteligível, entre o corpóreo e o espiritual, entre o relativo e o Absoluto.
Já o filósofo egípcio Plotino (O amor é desejo inesgotável), diz que o amor purifica e eleva o ser humano. Produz efeitos catárticos de importância fundamental, sem os quais o caminho da conversão e do retorno fica fechado para a alma.
No pensamento de Santo Agostinho (o amor é tudo) o amor é o nexo que une as Pessoas divinas. Somente o amor é capaz de explicar a vida da alma e a sua possibilidade de se elevar ao conhecimento unitivo de Deus.
Segundo Boaventura de Bagnoregio (o amor é a verdadeira sabedoria), a força que dá ao ser humano a capacidade de elevar-se a Deus é o amor. Muitos mais que o esforço intelectual, é o amor que torna possível uma verdadeira aproximação a Deus.
O amor constitui a essência central da própria vida de Deus. Quando amamos, afirma Tomás de Aquino (amar a Deus para amar o próximo), amamos a Deus.
Na filosofia de Baruch Spinoza (o amor é intelectual e gera alegria) o amor é o pleno conhecimento da verdade que faz o ser humano totalmente feliz.
Para Jean-Jacques Rousseau, (o amor não admite corações) o amor é filho da natureza e da liberdade. Para ele, o ser humano nasce bom e se perverte por causa da vida social e do desenvolvimento cultural.
Para o filósofo alemão Friedrich Schleiermacher (o sentido sagrado do amor) o amor une o finito ao infinito. O amor, interpretado segundo uma perspectiva religiosa e sacralizante, torna-se o centro da gravidade que atrai e unifica não só a própria religião e arte, mas também a educação e a moralidade.
O pensamento de Arthur Schopenhauer (o amor desejo e o amor compaixão) é marcado por um profundo pessimismo, baseado da convicção de que o único motor de toda a realidade é uma vontade cega, absurda e irracional de viver que impulsiona todo o universo e cada ser vivo a desejar algo que, tãol ogo é obtido, torna-se motivo de insatisfação. Assim o amor é poderoso e sabe enganar o ser humano, consegue iludi-lo, prometendo-lhe felicidade que jamais poderá se realizar.
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Sinopse do livro “O amor segundo os filósofos”:
Contradições, luzes e sombras, mas sobretudo potência, esperança e vida; é o amor, o sentimento que dá forma e alma ao mundo, e que ao longo dos séculos inspirou os pensamentos e as obras dos homens, desde a arte até os domínios da espiritualidade, da ciência e da poesia. Nem mesmo a filosofia - disciplina rainha do pensamento - conseguiu escapar ao fascínio arcano deste sentimento, quer ressaltando o seu valor positivo e exclusivamente humano, quer lendo nele a expressão inefável da transcendência, ou também vendo-o como realidade ilusória ou como meta inalcançável. As diversas teorias sobre o amor vieram construindo ao longo do tempo um mosaico de extraordinária beleza, para o qual a presente antologia de textos filosóficos de cada época contribui ao recompor suas inúmeras peças.
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